Gelo e Dopamina - Psicologia do Esporte - Thiago Linhares Coach

Gelo e Dopamina – Psicologia do Esporte – Thiago Linhares Coach

Gelo e Dopamina. Cientistas da Universidade Carolina, em Praga, publicaram no European Journal of Applied Pshysiology um experimento no qual dez homens foram voluntários para submergir (com a cabeça para fora) em água gelada (14°C) durante uma hora.’

Usando amostras de sangue, os pesquisadores mostraram que as concentrações de dopamina no plasma (sangue) aumentaram 250%, e que as concentrações de norepinefrina aumentaram 530%, como resultado da imersão em água gelada.

A dopamina aumentou gradual e progressivamente durante o banho gelado e permaneceu elevada por uma hora depois do seu término.

A norepinefrina aumentou precipitadamente nos primeiros trinta minutos, estabilizou-se nos trinta minutos finais e caiu para um terço na hora seguinte, mas permaneceu elevada bem acima do patamar mesmo na segunda hora depois do banho.

Os níveis de dopamina e de norepinefrina resistiram bem além do próprio estímulo doloroso, o que corrobora a declaração de Michael: “Logo depois que saio, me sinto ótimo durante horas”.

Estudos – Gelo e Dopamina

Outros estudos que examinaram os efeitos cerebrais da imersão em água gelada em humanos e animais mostram elevações semelhantes em neurotransmissores de monoaminas (dopamina, norepinefrina, serotonina), os mesmos neurotransmissores que regulam o prazer, a motivação, o humor, o apetite, o sono e a prontidão.

Além dos neurotransmissores, demonstrou-se que o frio extremo em animais promove crescimento neuronal, o que é ainda mais notável, uma vez que se sabe que os neurônios alteram sua microestrutura em reação a apenas um pequeno conjunto de circunstâncias.

Christina G. von der Ohe e seus colegas estudaram os cérebros de esquilos terrestres hibernados.² Durante a hibernação, tanto a temperatura corporal quanto a do cérebro caem de 0,5°C a 3°C.

Em temperaturas congelantes, os neurônios de esquilos terrestres hibernados parecem árvores espigadas com poucos galhos (dendritos) e ainda menos folhas (microdendritos).

Fonte:

1 Petr Srámek, Marie Simecková, Ladislav Jansky, Jarmila Savliková e Stanislav Vybíral, “‘Human Pshysiological Responses to Immersion into Water of Different Temperatures”, European Journal of Applied Physiolog 81 (2000):436-42,https://doi.org/10.1007/s004210050065.
2 Christina G. von der Ohe, Corinna Darian-Smith, Craig C. ) Garner e H. Craig Heller, “Ubiquitous and Temperature Dependent Neural Plasticity in Hibernators”, The Journal of Neuroscience, 26, n. 41 (2006): 10590-98,https://doi.org/10.1523/JNEUROSC1.2874-06.2006.
Lembke, Anna. Nação dopamina : por que o excesso de prazer está nos deixando infelizes e o que podemos fazer para mudar. 1.ed.; São Paulo : Vestígio, 2022. Pág 36.

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